quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Mais mortes de terceirizados. Até quando?

Além da queda do helicóptero fretado pela Petrobrás, que matou quatro trabalhadores na Bacia de Campos, um outro acidente na mesma sexta-feira, 19, vitimou mais um trabalhador que prestava serviços para a empresa. O operador de máquinas Márcio José da Silva do Vale, 23 anos, solteiro, contratado pela CM Construções, foi esmagado por uma motoniveladora, no campo de produção terrestre de Estreito, no Rio Grande do Norte. 
Somente em agosto, oito trabalhadores morreram em acidentes de trabalho na Petrobrás. Uma das ocorrências foi na refinaria de Bahía Blanca, na Argentina. Todos os trabalhadores eram prestadores de serviço. Desde o início do ano, já chegam a 11 as vítimas de acidentes de trabalho na estatal. Todas as ocorrências envolvendo trabalhadores terceirizados. Um número alarmante que reflete a insegurança crônica no Sistema Petrobrás, fruto da ineficiência e autoritarismo de uma gestão de SMS que se preocupa muito mais com a produção e os lucros do que em zelar pela vida e saúde dos trabalhadores.
A FUP e seus sindicatos vêm denunciando há anos esta situação, cobrando da Petrobrás um debate aberto com as representações dos trabalhadores, cujas propostas de mudanças na política de segurança têm sido rotineiramente desprezadas pelos gestores da empresa. Em conseqüência disso, 300 petroleiros perderam a vida nos últimos 16 anos, sendo que 242 deles eram prestadores de serviço. Ou seja, mais de 80% das vítimas de acidentes na Petrobrás são trabalhadores terceirizados!


Terceirização de risco


Quando não matam, os acidentes de trabalho mutilam, queimam, perfuram, eletrocutam. Somam-se a isso as doenças ocupacionais geradas por exposição a agentes químicos e nocivos, como é o caso do benzeno, produto altamente cancerígeno, mas que os gestores da Petrobrás querem impor um “limite de tolerância”.  
É preciso frear essa política de insegurança que vem sendo perpetuada anos a fio pelas gerências da empresa, com a conivência da diretoria, que até hoje não encontrou espaço em sua agenda para realizar o fórum de SMS, acordado com a FUP e os sindicatos. Enquanto isso, tragédias anunciadas se repetem, matando os trabalhadores que arriscam diariamente suas vidas para construir os recordes de produção e lucro da empresa. E os gerentes só se preocupam com os bônus que estes resultados poderão lhes render.

* Nos últimos 13 meses morreram dois trabalhadores em Urucu, não por coincidência, os dois também eram terceirizados.


Novo Alojamento.

Para quem não conhece Urucu, lá existem 5 alojamentos (Base, Tucano, Vitória Régia, Papagaio e Porto Evandro), fora as áreas remotas, todos eles bem equipados, com bons quartos, e com bom serviço de hotelaria, academia, quadras de esporte.
Talvez não tenham atentado para o aumento de pessoas embarcadas, pois nos últimos meses vem ocorrendo problemas nesse sentido.
Na base de apoio, por um curto tempo, fizeram da sala de cinema um quarto com vários beliches, mas sem banheiro, os que lá dormiam tinham que tomar banho no banheiro em frente ao restaurante. Ouvimos relatos de funcionários constrangidos com isso. Hoje a sala de cinema voltou, para alívio dos que estão na base, que voltaram a curtir o seu cineminha no começo das noites.
A situação mais grave ocorre com o alojamento criado ao lado do Vitória Régia, onde se instalaram vários contêineres, um ao lado do outro, uma grande lona serve como cobertura. Segundo relatos dos que lá dormem, os quartos são limpos, tem condicionadores de ar, mas são apertados, em média com 14 pessoas em cada quarto. Mas o pior não é isso, a maior reclamação dos funcionários diz respeito aos banheiros. O cheiro em dado momento é insuportável, a água dos chuveiros escorre por dentro dos banheiros até chegar ao último, o que é lamentável.
O que mais se ouve é que se entende que isso foi uma solução momentânea, mas será que não podia ser planejado? Não sabiam disso? Sair de sua casa, do seu lar e conforto, para passar 14 dias nessas condições é um desrespeito com o trabalhador que dá seu suor e seu sangue para contribuir e fazer da Petrobrás a empresa que é, uma das maiores e mais respeitadas do mundo. Sabemos que a Petrobrás pode resolver isso, visto que os outros alojamentos são de excelente nível. Nos resta aguardar, para sabermos até quando aqueles trabalhadores continuarão ali.

Abaixo seguem fotos deste "Novo Alojamento":





Abaixo vejam fotos do banheiro/sauna coletivo deste alojamento:




segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Enorme diferença de tratamento entre terceirizados e efetivos da Petrobrás. Chega de humilhação!

Definitivamente chegou o momento de nos unirmos. Comprovamos que com pequenas manifestações, com um mínimo de organização e boa vontade de todos, conseguiremos mudar o que não funciona bem, prova disso é a questão dos aviões, que ainda não estão 100%, mas que inegavelmente já melhorou muito a questão da segurança.
Quando acreditamos que melhoras estão por vir, que as condições de trabalho e segurança irão ter um upgrade, acontece justamente o contrário. O que vem acontecendo em Urucu em relação ao tratamento para os terceirizados é simplesmente humilhante, ridículo, inaceitável. Não é possível que os terceirizados apenas acatem tais mudanças simplesmente por medo de perderem o emprego.
Entendemos que os funcionários efetivos mereçam suas "regalias", pois se esforçaram para isso, mas daí aceitar a diferença de tratamento que vem acontecendo é que não dá.
Essa semana foram retirados os frigobares dos quartos da base de apoio, mas com um pequeno detalhe, apenas dos quartos onde estão alojados os terceirizados. A ala 400, onde ficam os efetivos, continuam com os frigobares. Agora, me expliquem, será que os contratados são tão piores assim que os efetivos? Será que são de outro mundo para serem tratados desta forma?
Fontes confiáveis nos informaram que brevemente serão retirados da base de apoio a academia e todas as Tv´s dos quartos.
Sendo assim, se a postura dos terceirizados for a de aceitar todas estas mudanças de cabeça baixa, sem reinvindicar seus direitos, a tendência é que em pouco tempo estejam todos dormindo em redes, ao ar livre, trabalhando 12 horas por dia, e indo e voltando de barco, como acontece com o pessoal de Carauari. Claro que isso tudo é impensável e inaceitável, mas do jeito que as coisas andam e os terceirizados só acatam, não é difícil imaginar algo muito distante disso.
Portanto, companheiros, vamos nos unir, mostrar que estas mudanças não serão aceitas, principalmente pelo fato de acontecerem apenas com os terceirizados, o que demonstra total discriminação por parte da Petrobrás justamente com os colaboradores que mais trabalham e contribuem com a empresa.
Internamente, o que podemos fazer para tentar mudar este quadro e impedir tais mudanças, é acessar o link abaixo e fazer as denúncias para a Ouvidoria da Petrobrás. Companheiros, façamos nossa parte, acessem e denunciem: https://canaldenuncia.petrobras.com.br

OBS* Esperamos que tais medidas não sejam tomadas por parte da Petrobrás, pois sendo assim, denúncias serão feitas ao Ministério do Trabalho, TRT e ao Ministério Público, sempre lembrando que teremos como comprovar tais denúncias.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Problemas com horas extras e banco de horas.

Estamos recebendo inúmeras reclamações da força de trabalho referentes ao não pagamento de horas extras, e a inclusão destas horas no famoso "banco de horas". Problema este que vem ocorrendo na sede, Reman e em Urucu.
Após apurar o que vem acontecendo na maioria das contratadas, notamos que as horas extras trabalhadas pelos funcionários além de não serem pagas, não estão se transformando em folgas como prevê a lei trabalhista.
Abaixo mostraremos alguns itens que precisam ser implementados para que o acordo de banco de horas seja validado, lembrando aos trabalhadores que é muito importante o cumprimento destes itens e que isso deve ser cobrado por toda a força de trabalho:
  • Previsão em Convenção ou Acordo Coletivo de trabalho;
  • Aprovação dos empregados devidamente representados pelo Sindicado da Categoria;
  • Jornada máxima diária de 10 (dez) horas;
  • Jornada máxima semanal de 44 (quarenta e quatro) horas previstas durante o ano do acordo;
  • Compensação das horas dentro do período máximo de 1 (um) ano;
  • Deve ser mantido pela empresa o controle individual do saldo de banco de horas bem como o acesso e acompanhamento do saldo por parte do empregado;
  • Pagamento do saldo das horas excedentes não compensadas no prazo máximo de 1 (um) ano ou quando da rescisão de contrato de trabalho;
  • Em trabalhos insalubres e perigosos, a instituição do banco de horas depende de autorização expressa de autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho do Ministério do Trabalho.
Apoiaremos sempre o diálogo entre o trabalhador e a empresa, mas lutaremos sempre para que o direito do trabalhador seja respeitado e cumprido. Portanto, pedimos a força de trabalho que se unam e exijam seus direitos caso não estejam sendo cumpridos.